quarta-feira, 6 de agosto de 2008

21:36h

Olhava somente para os lados e para frente.
Ali, não havia nem mesmo uma alma a quem, possivelmente, pedir ajuda;
Junto ao corpo, a simples bolsa que acompanha-me diariamente e o livro que foi ganhado de presente em meu último aniversário.


Senti, então, o vento forte levantar levemente minha saia, e adentrar ousadamente minha blusa.
Passei a pensar no futuro, talvez com tamanha intensidade, como ainda não havia pensado hoje, afinal, o arduo trabalho não me dá direito a esse luxo egoísta!
De repente, sinto um abraço forte, tão forte quando um amante apaixonado na tão esperada entrega. Tão forte ele era, que chegava a amassar minhas costelas esquerdas...


Só então percebi o quão sozinha estava, ali descendo aquela rua escura sem companhia, e que aquele abraço não passava meu próprio braço que, com frio, se refugiava em mim!
Que estava tão sozinha quanto no começo dessa descida.
Ah, se a todos os dias essa descida fosse assim: um grande sinal de desespero e também de auto-descobrimento;

Um início de desespero!

Um comentário:

Rogério de Moraes disse...

Meu, gostei muito disso!!! Continue desenvolvendo esse lado poético, pois vejo aí sensibilidade e um bom jogo de palavras. Gostei mesmo.

Postagens populares

Pesquise no Passagens