domingo, 30 de novembro de 2008

Um beijo não é despedida

Assistia tv quando ouvi a campanhia tocar;
Você tinha no rosto uma expressão tão alegre que aparentava não sofrer com o fim de mais um relacionamento.
Conversamos bastante, e você como sempre muito pessimista com a realidade que se seguiria.
Te contei dos meus desencontros, das minhas frustrações, dos meus medos, e nem parecia se importar, mesmo eu sabendo que se fazia de durão, mas sofria um bocado por mim.

Quando decidiu ir, olhou bem no fundo de meus olhos, estendeu os braços e disse quase em suplica:
-Uma despedida?
Olhei seus olhos cheios de lágrimas, abracei-o e disse:
-Adeus.

Tempo confrontando

Arte pode refletir a disposição, sentimento e opiniões do artista, que são expressados através da cor e forma e não pela representação real das coisas.

Uma pintura, imagem ou escultura que exibe formas, cores ou padrões ao invés de representar fielmente objetos, cenários e pessoas tal como são na vida real, costuma ser classificada como arte abstrata.

Aula de Artes
Ataulpho Alves - 19/09/2006



Sala - 30/11/2008

20 minutos

Acreditam que no centro da cidade se rompam clichês?


-Oi. Me arruma uns trocados pra voltar pra casa?
-Onde você mora?
-Jundiaí!
-E o que está fazendo aqui?
-Fim para passar o fim-de-semana na casa do meu irmão. Além de São Paulo ter coisa bem mais interessantes para se fazer que lá.
-Então pede dinheiro pra ele pra voltar.

-Bem, na verdade eu moro no Tatuapé, meu irmão é que mora em Jundiaí, eu iria lá para visitá-lo. Gastei meu dinheiro todo com bebidas essa noite, agora tô sem grana pra ir.
-Desculpa a intromissão mas quanto você gastou?
-Uns R$80,00.
-Quê? Tudo com bebida?
-Não! Fui a um show de blues, paguei a entrada, depois bebi...
-Uns R$70?
-É.

-Olha, é que eu sou hippie. Meio irresponsável.
-Meio? Hippie? Para de História...
-Sério!
-Você mora no Tatuapé, deve ser um filhinho de papai.
-Não, eu estudo e trabalho. É muito duro fazer isso todo dia.
-Ah, é? Estuda onde? Trabalha onde?
- Vou até andando para a faculdade pra economizar o dinheiro da passagem.
-Nossa, e onde fica mesmo?
-A uma quadra, e o trabalho é duas casas depois da minha.

[Risos]

-Até tenho umas moedas, mas você não está sendo convincente...
-É sério, vou pegar o trem e ir até Jundiaí.

Casal passa na rua, ele pede um cigarro, acende, pergunta se quero, digo que não fumo.

-Sabe, gostei de você, parei aqui só pra pedir dinheiro mas a conversa está fluindo. Passei a noite na Augusta, num barzinho. Costuma ir pra lá?
-Sim, estava lá essa noite também.
-Como é seu nome?
-Gisele.
-Não acredito, o nome da minha ex-namorada. O meu é Diego.
-Hahaha...
-O que?
-O nome do meu namorado.
-Coincidência.

-Tem alguma coisa pra fazer hoje?
-Estou esperando alguém para ir embora.
-O Diego?
-Sim.
-Então é melhor eu ir embora, ele pode chegar e não gostar.
-Gostar ele não vai, mas não esquenta não, ele é bastante sociável.

-Acho que já vou, talvez alguém mais me dê umas moedas.
-Tá ok, toma, R$0,60.
- Opá, aí sim. Sabe, estava aqui pensando, acho que vou fumar um baseado.
-Ah, agora tá explicado porque está pedindo dinheiro.

[Risos]

-Bem, a gente se encontra um dia!
-Vai lá. Até...

-Outra coisa, se tivesse dito que era pra fumar um baseado desde o começo eu já teria dado ou não o dinheiro e você pouparia seu tempo.
-Não gastei tempo a toa, foi interessante ficar aqui falando com você.

Um amigo chega, completamente bêbado, e o leva.

Crise invadindo os sonhos

Amanhece.
Levanto, me ajeito e saio para trabalhar.

Chego a um lugar estranho, um misto de vão do Masp - vielas suburbanas, um grande pátio vazio.
Lá as pessoas fazem protestos porque estão todos desempregados.
Um estardalhaço.
A crise abalava as empresas, elas demitiam seus funcionários, alegando falências...

As lojas estavam sendo saqueadas, inclusive onde trabalho.
O pátio, onde ficavam os veículos, estava evacuado, os carros todos na rua.

Uma velha amiga dentro de um dos carros, mas ela não trabalha lá: estava saqueando também.

-Onde você vai com isso? - Pergunto
-É meu agora, vou ficar com ele. - Responde ela.
Tomo a frente, peço que ela pare.

-O que acontece com você? Cadê seu espirito anarquista? - Gritou ela irritada.
Ameaço um sorriso.
-Você ri de quê? Olha bem pra você. Não tem nada do que preza.
-Já está formada? Já exerce o que pretende?
Começo a gargalhar.
Enfurecida, ela entra novamente no veículo para sair. Gira a chave e... Nada.
Encosto no vidro e digo ainda sorrindo:

-Onde você pensa que vai? Não sabe dirigir...


Acordo ainda rindo, mas um pouco chateada.
Ela dizia a verdade.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Inverdades

Ouvi o click e olhei para o lado:
Estava certa que de havia sido fotografada.
De súbito, vontade de revidar com uma olhada muito mal encarada, mas resisti.
Acabara de ser tomada por algo familiar...

Várias tentativas de identificar o que me chamava atenção e nada.
Persisti no reconhecimento.
Acompanhei:

Olhos tão grandes e tímidos quanto de jaboticabas curiosas me fitavam cuidadosamente pelo reflexo do velho espelho embaçado, espelho esse que a mim era útil na esperança de distinguir mais detalhes em seus traços...
O perfume me remetia a um amor da juventude.

Ah, olhos grandes e negros...
Olhos que outrora me encantavam e envolviam, agora só eram capazes de fugir de mim...

Desisti momentaneamente, tentando acalmar minha mente e meu coração.
Resolvi esquecer.
Cochilei...
Suspirei...

Seu cheiro novamente, só que agora mais profundo que antes...
Cheiro que só me trazia boas lembranças...

Mas não!
Aquele não era seu cheiro...
Aquele não era seu uniforme oficial: um amarelo ouro de tamanho explendor que ofuscaria seu brilho particular...

E, definitivamente, aquele não era meu amor do passado.


Os traços já não faziam mais sentido refletidos...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Associando Prazeres

Se longe,

morro aos poucos,

deixando passar toda a alegria

Perco oportunidades;
Anulo chances;
Estreito laços...

Você, que aos poucos me toma;
Me tira de mim;
Que me faz;

Quem me atira...

Mas,
Sinto sua presença sempre comigo...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Temor...






A cada dia, Cristovão Tezza me assombra...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

só ama
ama sozinho

afeto comum
comunhão no afeto

brinca falando a verdade
de verdade, só brinca

sonha dormindo, acorda
acorda do sono, sonha

desiste de desejos
deseja o inacessível

morre, por segundos, para sobreviver
sobrevive nos segundos que quase desfalesse...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Beatriz Peixoto

Desde muito cedo aprendeu o que é vida adulta.
Viu seus pais darem duro para alimentá-los e educá-los, mesmo em precárias situações. Para não se sentir imprestável, ajudava nas tarefas domésticas, lavando, varrendo, arrumando.
Tudo muito natural para uma família de imigrantes recém-chegada na Capital.
Só uma coisa a incomodava: a relação com o irmão. O que para ele era natural, para ela soava estranho. O toque de sua mão, a enojava. Mesmo assim preveria calar-me com medo da repressão.
Passou a cada dia a acuar-se mais e mais. Haviam dias onde sua voz não era ouvida.
Sonhava ser atriz, mas sua timidez afastava seu desejo.
Sempre impôs o machismo da família a todas as suas vontades.

Ao tempo que crescia, mostrava-se uma nova mulher. Começava a ficar falante, sociável.
Os amigos passaram a surgir, os namoradinhos também.
Mas a sensação da infância não a abandonava.
Sentia-se incapaz de amar...
Nunca foi altamente sincera, sempre ocultava fatos enquanto os narrava.
Sentia-se objeto!

Ao tempo que amadurecia, desistiu...
Deixou de se arrumar, abandonou os poucos amigos que tinha, introduziu-se novamente ao casulo ao qual pertencia.
Conheceu pessoas legais, arrumou um trabalho legal, um namorado legal.
E nada; o fim era sempre o mesmo: a solidão!

Quis um dia viajar sozinha.
Comprou uma passagem para uma pequena cidade do interior que datava o dia seguinte. Tinha pouco mais de 15 horas para se aprontar.
E assim o fez, no dia seguinte entrou naquele ônibus e fez uma retrospectiva da sua vida infeliz.
Antes de 2 horas de viagem, já não existia mais.
Nada fez;
Nada deixou, nem saudades...


Breve descrição de vida em entrevista imaginária.

domingo, 9 de novembro de 2008

Levando-se em consideração os sequência de fatos do fim-de-semana, reflito:

"Dinheiro para dar leite aos filhos eles não tem!!!"

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A passos de tartaruga...

Grande expectativa por um único fim-de-semana;
que insiste em se afastar...

Marasmo dentro da masmorra!

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